quarta-feira, 2 de julho de 2014

Flutuações


Anne Bronte

Gilson Marcon de Souza
  (Tradução  e adaptação)


O que fez o Sol deixar meu céu?
Para me salvar do desespero
A bendita lua surgiu no alto
E lá brilhou serenamente.
Assisti-a, com olhos cheios de lágrimas,
Elevar-se vagarosamente sobre a colina
Entre a neblina difusa do horizonte.
Sua luz pálida e fria brilhou.

Deduzi que aqueles raios cinzas e sem  vida
Jamais poderiam recompensar meu coração,
Pois os raios mais transientes do sol
Que animavam meu dia,

Jaziam acima do domínio da neblina.
Ascendeu e brilhou ainda mais
Senti sua luz em minha alma;
Mas agora essa luz também se foi.
Vapores espessos a roubaram de minha vista,
E, de novo, fui deixado nas trevas,
Deixado no frio e na noite melancólica,
Despojado de luz e esperança.

Até que uma pequena estrela surgiu
E brilhou com raios tremeluzentes
Para animar-me com sua luz distante.
Mas ela também se foi.

Então, um meteoro traspassou
As trevas espessas.
Sorri, à medida que o contemplava, trêmulo.
Mas logo também se esvaiu,
E a noite escura e medonha caiu
Sobre meu espírito;
Mas que luz tênue e persistente é essa?
É a lua novamente.

Que os céus aumentem esse brilho prateado,
E demovam essas nuvens
E que esse gentil brilho celeste
Restaure minha alma abatida!


Um comentário:

  1. Magnífico poema e a tradução foi simplesmente perfeita parabéns!

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